FOI

Pela manhã, eu abri a janela de madeira mal pintada de amarelo mas não vi o Sol. Pelos anos que eu ali já vivia eu sabia de cor o local exato em que ele nascia, não importava a estação do ano.
Estranhei, achei que estivesse sonhando. Apesar da neblina fria e densa e da fumaça que saía da serpentina de uma casinha lá no meio do mato, ele deveria estar ali, entre o coqueiro que plantei e um dos poucos postes que existia naquela rua calma.
Corri para o Smartphone tentando buscar um pouco de senso de realidade – ah, justo ele – e acabei lendo a notícia de que meu time havia vencido o jogo da noite anterior. Era tudo verdade.
O Sol já havia se escondido de mim tantas vezes, mas sempre tinha uma nuvem que o levava e o trazia de volta. Ora soprada por mim, ora por Deus. Gostava quando ele tocava a minha barba que até ontem ainda estava por fazer, mas dessa vez era diferente.
Se eu soubesse (talvez sabia) teria me despedido dele na tarde do dia anterior, com a pompa e elegância que ele merecia e eu também, eu acho.
Então, ao perceber que ele não voltaria mais, eu fechei a janela de tantas demãos de tintas que nem sei ao certo a cor, e parti para dentro de mim mesmo. Acendi uma vela, sem crenças e sem devoção alguma, apenas para clarear um pouco mais o meu caminho de forma que eu não ficasse ainda mais perdido.
E aquela foi a última vez que eu senti o Sol sem ao menos tê-lo visto. Boa viagem.

#EMBURREÇA-SE

DEU SAMBA

Para apagar um pouco as lembranças do baile de 7 a 1 que levamos da Alemanha no Mineirão em 2014, nada melhor do que ver o Brasil sambar em cima da Argentina vencendo a partida por 3 a 0.

Essa foi a vitória da alegria contra jogo cadenciado dos nossos arquirrivais, da criatividade em cima da previsibilidade dessa irreconhecível seleção argentina, da irreverência do samba sobre o compasso do tango.

E logo no início do jogo o Brasil já foi mostrando seu carro abre alas. Felipe Coutinho abriu o placar aos 24’ do 1º tempo com um golaço bem ao seu estilo. Logo aos 45’ foi a vez do principal destaque da escola, Neymar. Ele recebeu a bola de Gabriel Jesus, passou pela avenida livre e chutou cruzado no canto esquerdo do arqueiro Romero.

A Argentina voltou para o 2º tempo com um ataque ainda mais ofensivo, mas em compensação acabou abrindo uma apoteose inteira para o Brasil abusar dos contra ataques. E foi justamente nesse tipo de jogada que aos 13’ Renato Augusto cruzou para Paulinho fazer o 3º gol do Brasil.

No final da partida, ao som de “O campeão voltou”, cantado em coro pela aliviada torcida mineira, a seleção brasileira acabou se sobressaindo em todos os quesitos do desfile. Manteve-se em 1º lugar nas Eliminatórias para a Copa da Rússia e afundou a Argentina, com Messi e tudo, na incômoda 6ª posição. Nota 10!

E para o puxador Tite, que não canta mas que está encantando a todos nós a frente dessa feliz seleção brasileira, roubo da voz rouca de Alcione um verso para lhe fazer um pedido: “Tite. Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar... ”

INTROSPECTIVA 2015 – O que deixo e o que levo

Eu deixo os inimigos de instante que eu idiotamente acabei fazendo, seja por intolerância social, preconceito ou burrice mesmo - Levo os novos amigos que conquistei e os velhos que reencontrei sem mérito mas de propósito. 

Eu deixo o orgulho impermeável de ser isso ou aquilo que a experiência de vida me deu como ônus agregado - Levo uma nova capacidade de aprender, aceitar e mudar de ideia, mesmo que possa me arrepender. E dai?

Eu deixo o meu desânimo político na qual eu nunca antes na história desse país havia vivido - Levo a esperança de um futuro melhor orquestrado por coxinhas, caras pintadas ou pelos próprios gravatas que se engalfinham em Brasília.

Eu deixo a minha cara de assustado com a confissão de “namoro” do meu filho de 12 anos - Levo a tranquilidade de que o tal namoro não era tão namoro assim e que ainda tenho mais algum tempo para cuidar dele como criança.

Eu deixo a minha total incompetência em aprender inglês ou tocar qualquer instrumento musical (alias, nem assoviar eu sei direito) - Levo a esperança de ter passado num teste complicado na qual por pura preguiça eu só estudei um dia.

Eu deixo a minha incapacidade de realizar os sonhos de uma mulher maravilhosa que teima em ficar ao meu lado - Levo a minha paixão por ela que se renova ano após ano e que nem eu mesmo sei explicar direito.

Eu deixo as minhas reclamações quanto ao notebook de bateria viciada que vira e meche desliga acidentalmente - Levo a alegria com os prêmios que ganhei através dos textos que nele escrevi durante as longas madrugadas com a garrafa de café ao lado.

Eu deixo a tristeza profunda que senti ao saber que minha sobrinha estava na UTI de um hospital - Levo a convicção de que tudo tem um propósito na vida e que a sua total recuperação também pode ser a da nossa família.

Eu deixo a decepção que tive ao perceber que escrever é mercado e não arte e que eu não conseguiria mesmo sobreviver exclusivamente da escriba - Levo toda a minha empolgação ao reingressar na órbita de uma profissão que eu mesmo jurava que não atuaria mais.

Eu deixo em 2015 o luxo do TER e levo para 2016 o prazer do SER... Principalmente, o prazer de ser feliz!


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EU DE NOVO!

Há poucos dias você nem falava em mim e agora me espera numa ansiedade tremenda. Por minha causa você está refazendo seus planos, seus sonhos, sua vida - mas sabe que quando eu partir novamente pode ser que nada tenha acontecido como você queria. Tudo por causa dessa imprevisibilidade maravilhosa que a vida sempre nos oferta. Você sabe que a minha chegada é inevitável e por isso escolheu a roupa que eu mais gosto para me receber. Preparou um jantar especial, convidou amigos seletos, parentes nem tanto e vai brindar com aquela bebida que você acha que eu adoro mas que eu só gosto porque você gosta... Pois eu quero te ver feliz! Quando eu chegar você usará todos os recursos tecnológicos para contar para todo mundo a velha novidade, como se eu fosse apenas seu. Eu prometo tentar trazer só notícias boas, mas o mundo está muito nervoso e alguma coisa pode dar errado no decorrer da minha estadia ao seu lado. Desculpe!
Então eu gostaria de te pedir apenas uma coisa: sorria sempre. Pois eu vim para mudar tudo em você, ou, quase nada. Feliz Ano Novo!


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UM RAIO, DO LEME AO PONTAL


Bolt distribuindo simpatia para o público.        Foto Portal G1
Com a presença garantida nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, o fenômeno Usain Bolt esteve neste fim de semana no Rio de Janeiro para participar do desafio Bolt Contra o Tempo.  Bem à vontade como da última vez (quase um carioca da gema), o jamaicano fez a festa desde a sua chegada à cidade maravilhosa. Ele jogou futevôlei, caiu na balada, tocou tamborim, sambou e chamou o síndico.  Contrariando todas as regras comportamentais e físicas inexplicavelmente nada disso tem influencia negativa em seu desempenho nas pistas. Para ele vale tudo, vale o que vier, vale o que quiser.

Prova disso foi que na hora da disputa de verdade mesmo, sob uma bela manhã de domingo no charmoso bairro do Leme, Bolt mais uma vez não decepcionou seus fãs. Em uma pista construída nas areias da praia e devidamente homologada, mesmo há quase um ano longe das provas oficiais de 100m, o cara venceu fácil seus adversários cronometrando um tempo de 10s04. O show man é mesmo o descobridor dos sete mares do atletismo mundial.

E logo depois da vitória, quando retirou as sapatilhas apertadas ele recebeu de presente de um torcedor um par de sandálias pois a pista estava muito quente. Mas quem disse o homem mais rápido do mundo queria só sossego? Novamente ele voltou a agitar a galera posando para fotos, fazendo suas caras e bocas, dançando e articulando o seu característico gesto com os braços onde simula um arco e flecha... Talvez quisesse dizer: Me dê motivos, para ir embora.

Bolt realmente é um espetáculo à parte e por isso, independente de quantas medalhas ele possa levar dos nossos atletas, acho que todos nós brasileiros estamos torcendo para que ele volte nas Olimpíadas de 2016. Do contrário, como diria o saudoso Tim Maia: Vamos morrer de saudade!

Volte sempre Usain Bolt! Pois quando o inverno chegar, em agosto de 2016, eu quero estar junto a ti.

TERRA À VISTA - By Germany

(Eles chegaram em naus voadoras, atracaram no mesmo litoral que os nossos patrícios portugueses no ano de 1.500 e nos colonizaram novamente)

Foi então que homens altos, brancos e loiros avistaram as terras de Santa Cruz de Cabrália, no Sul da Bahia. De longe o timoneiro alemão Joachim Löw gritou: “Tetra” à vista! Era a senha para o início da missão. Logo desembarcaram e apreciaram alguns índios que ainda habitam essa terra chamada Brasil. Mas dessa vez não os fizeram escravos, mas fãs, não ofereceram espelhinhos para conquistá-los, ofereceram simpatia, atenção e calor humano. Algo impensável, se provindo daquele povo que até então era tido como frio e sisudo pelo resto do mundo.

Mas os desbravadores alemães já haviam avistado a nossa terra muito antes de saberem que aconteceria uma Copa do Mundo por aqui, mais precisamente lá pelo ano de 2006. De forma inteligente e organizada eles planejaram toda a rota com antecedência, prepararam-se, modernizaram-se, estudaram cada detalhe dessa longa viagem. Construíram até mesmo uma base própria, a mais moderna de todas. E olha que não usaram sequer um tronco daquele tal de Pau Brasil que por algum motivo desapareceu do nosso mapa. Eles montaram a estrutura ideal para o objetivo que haviam traçado.

Durante o tempo que estiveram por essas terras eles também brincaram com os nativos, visitaram casas de pau a pique, creches sustentadas sabe-se lá como, dançaram a dança da chuva, do lepo lepo e de tantas outras coisas. Mas eles viciaram mesmo foi na tal dança da vitória. Sete partidas disputaram e conforme avançavam com carisma e bom futebol foram formando as capitanias hereditárias. Os donatários Klose, Neuer e Schweinsteiger até que conseguiram um bom pedaço de terra, mas foi o reserva Podolski (#Poldi nas mídias sociais) quem ficou com uma nação inteira de flamenguistas e se tornou o mais brasileiro dos alemães.

Até que, em um jogo ocorrido nas terras de Minas Gerais eles humilharam o nosso povo. Sete tiros de canhão foram disparados cujo o som ainda ecoa até hoje. Mas logo após a partida, diante das lágrimas de nossos índios, cafuzos, confusos e mamelucos, eles fizeram questão de dizer que o Brasil é o país do futebol e que merece respeito acima de tudo. Mais um gesto de carinho desses navegadores tão predestinados.

Restava apenas o sétimo e último passo para o objetivo final. E os desbravadores alemães colocaram para correr os invasores argentinos que queriam levar não só o nosso ouro, mas o nosso brilho, enquanto cantavam uma musiquinha irritante. Foi com um tiro de Götze à queima roupa que a Seleção Alemã de Futebol venceu nossos hermanos e se tornou tetracampeã mundial.

Depois da conquista eles retornaram para a sua terra levando a bordo um pedaço do nosso ouro em forma de taça. Mas por um motivo qualquer nós não conseguimos odiá-los, mas sim admirá-los. Talvez seja porque o legado que essa nova Alemanha nos deixou vai muito além do físico, do tangível. Eles fincaram a sua bandeira na nossa pátria, agora sem chuteiras, para nos mostrar que temos que mudar quase tudo por aqui... Para que um dia não sejamos lembrados apenas como uma parte longínqua da história do futebol, mas como os melhores do mundo novamente.

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30 ANOS DEPOIS DAQUELE JOGO

( Brasil 1 X 7 Alemanha)

Eu tinha apenas 6 anos de idade mas me lembro daquele dia como se fosse hoje. Era a primeira vez que eu entrava num estádio de futebol justamente para ver a seleção brasileira. O jogo era contra a Alemanha pelas semifinais da Copa do Mundo do Brasil de 2014.

Na entrada do Mineirão eu perguntei ao meu pai o porquê daqueles gringos serem tão grandes e fortes, enquanto tirávamos fotos com eles em clima amistoso. Meu pai me disse que nós tínhamos o Hulk e que eu não deveria me preocupar. Confiei nele como sempre.

Já dentro do estádio lotado o verde e amarelo tomava conta de tudo, parecia um mar de pessoas. Eu não entendia direito o motivo de tanta gente pintar o rosto e usar aqueles óculos estranhos, sem contar os apetrechos que colocavam na cabeça. Era uma festa e eu estava me divertindo à beça! Eu sabia da ausência por contusão do nosso maior craque na época, o Neymar. Mas todos falavam que isso seria uma motivação a mais para que nossos jogadores dessem o máximo de si em campo. Na hora do hino nacional a torcida brasileira novamente quebrou o protocolo da Fifa e cantou o resto à capela. Acho que aquela foi a primeira vez que me arrepiei de verdade. Eu nunca havia visto e ouvido algo tão maravilhoso!

Quando a bola rolou... Bem, a história já conta o que aconteceu. O Brasil perdeu de 7 a 1 para os alemães. A nossa seleção foi vaiada, eles aplaudidos e ninguém comemorou o único gol que Brasil fez, já no final. Durante o jogo todo o meu pai estava estranho, agitado e com os olhos estatelados. Parecia não acreditar no que estava acontecendo, mas tentava me distrair comprando tudo que eu gostava e que ele não permitia. Até duas barras de chocolate eu ganhei. Essa parte foi legal!

Quando tudo terminou eu percebi que muita gente chorava, inclusive meu pai que estava com a voz engasgada e os olhos lacrimejados. A bandeira antes nas suas costas agora servia de lenço para enxugar suas lágrimas. E essa foi a primeira e única vez na minha vida que eu vi o meu pai chorando. Eu também fiquei triste, mas por um motivo qualquer eu não consegui chorar pra valer.  Talvez fosse o chocolate. Eu apenas esfreguei os olhos e pensei: Eu nunca mais vou me esquecer desse dia.

E eu estava certo!

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FELIZ ANO NOVO, VELHO.

A taça de champanhe ainda cheia e suada continuava ao seu lado, mas devido às doenças decorrentes da idade ele já não bebia mais. Numa cadeira no canto do terraço de um luxuoso apartamento numa área nobre da cidade ele avistava tudo o que podia, mas já não podia tanto assim. Preocupado se a esposa iria se lembrar dos seus remédios ele até tentou chamá-la, porém ela estava muito ocupada servindo os amigos do seu filho bem sucedido, o dono do apartamento. Ele não entendia porque a Corrida de São Silvestre não começava mais a meia noite enquanto tentava ouvir o som da TV abafado pela música chiclete que dava o tom da festa chique. O velho balançava a cabeça em sinal de reprovação ao ver suas netas se amassando com meninos tatuados que ele nem sabia quem eram os pais.

Faltavam apenas 5 minutos para o ano novo, entretanto esse seria para ele mais um ano de melancolia e recordações que iam e vinham em sua cabeça de poucos fios brancos. Não fazia mais sentido comemorar algo em que ele não teria nada para comemorar. Suas histórias eram sempre as mesmas, sua profissão de sapateiro já não era das mais interessantes e seu filho já não queria mais que descontassem o plano de saúde dele do seu contra cheque pomposo. Apenas o convidava todo ano para mostrar tudo o que conquistara como gerente de uma multinacional, enquanto o velho ficava parado feito um móvel.

E quando começou a contagem regressiva um jovem alcoolizado e com uma garrafa de whisky 12 anos nas mãos arredou para a frente do idoso um freezer lotado de picanha argentina, pois estava atrapalhando-o de ver o local da queima de fogos. O velho tentou reclamar com seu filho que fingiu não ouvi-lo só para não perder o momento exato de abrir mais um champanhe francês.

Com o restante de força que ainda lhe restava o ancião que tantas histórias tinha pra contar protagonizou a última delas. Ele ergueu suas pernas, apoiou os pés no freezer e se jogou para trás, quebrando assim o Blindex de 10 milímetros de espessura. Ele despencou do terraço do prédio de 13 andares.

Naquela noite o filho magnata, bem sucedido, ocupadíssimo, assistiu o show pirotécnico mais triste, silencioso e sem cor da sua vida.

Pergunto: Onde estava o “seu velho” na noite de réveillon?

FELIZ HOMEM NOVO!

Pois bem, chegou a hora que todo mundo espera. Um novo ano irá começar e você vai poder fazer tudo diferente (ou igual naquilo que deu certo, claro!). Esse é o “start” do mundo pra você recomeçar. Aproveite!

É hora de perder aquela barriguinha, por que não? Faça sua matrícula em outra academia se estiver devendo a anterior, porém malhe apenas seus músculos, não o seu ego. Você também pode começar um novo regime, mas não se prive totalmente das delícias da vida. Mágoa também engorda, sabia?. Outra coisa, use protetor solar. Afinal, um belo bronzeado dura bem menos do que 21 ciclos de quimioterapia.

Nesse ano novo comece aquele negócio que está na sua gaveta, no pendrive ou na sua cabeça há tanto tempo. Acredite em você! Um monte de gente vai falar que isso não funciona, mas e daí! Porém, se a sua mãe estiver no meio dessa galera, desista. Mãe é mãe!

Quite suas dívidas! Mas por favor, comece pelos amigos. Empresas podem esperar, amigos reclamam e olham a gente atravessado enquanto esperam. E ainda tem alguns que rogam praga. Dê pelo menos uma satisfação a eles.

Peça perdão aos seus pais, não importa quem foi o culpado. Há um velho ditado que diz que aquele que não foi um bom filho ou filha também não será um bom marido ou esposa. Seu futuro cônjuge agradece!

E por favor: não seja infiel, não mate, não se prostitua, não engane, não se engane, não roube, não se drogue e não veja novelas, principalmente.

Aproveite também esse ano novo para trabalhar menos, ser menos produtivo e dar atenção à faxineira da sua empresa. Visite seus avós, ouça as histórias do seu filho, vá para o quintal e tome um refrescante banho de mangueira com ele. Você pode andar um pouco a pé, mudar de caminho de vez em quando e ganhar alguns minutos na vida olhando para o céu. As nuvens nos dizem muitas coisas. Seja correto, não fure filas e nem o olho das pessoas. Pare de fumar, isso já está fora de moda há tempos. Não se embriague, mas se isso acontecer, não sinta orgulho, sinta vergonha. Modere no consumo das porcarias de marcas que a sociedade nos impõe, isso vai de Louis Vuitton a Mac Donalds. Lembre-se que o segredo das finanças não é ganhar mais, mas gastar menos. Busque a felicidade nas coisas mais simples da vida.

Ah! Como um último conselho: Beba bastante água. Ela hidrata o corpo e purifica a alma.

Feliz 2014!

ACHADOS E PERDIDOS

Então naquele fim de tarde, no caos de uma metrópole, lá estava eu esperando o ônibus em mais um cansativo retorno para casa. E foi quando eu percebi que um menino corria de um lado para o outro do ponto, desnorteado, maltrapilho, tentando pegar carona para lugar algum.

Aparentando 11 anos de idade, pele clara, cabelos ruivos e arrepiados - uma criança normal, não fosse o pano com cola de sapateiro que ele tentava despistar em vão em uma das mãos e que volta e meia ele cheirava.

Quando eu entrei no meu ônibus notei que ele também entrou e com uma voz tremula pediu ao motorista que o deixasse subir sem pagar a passagem, o que lhe foi negado. Mas numa atitude repentina eu disse que ele poderia entrar pois eu bancaria a sua viagem. E com o atrevimento pertinente aos meninos de rua ele passou pela roleta e não me agradeceu, apenas foi para o fundo do ônibus.

Então eu sentei-me à cerca de 2 metros dele. Enquanto ele cheirava aquela droga com movimentos descoordenados e um olhar distante, uma senhora do meu lado direito balançava a cabeça como sinal de reprovação. As pessoas tampavam o nariz por causa do cheiro da cola enquanto tentavam ouvir seus mp3, mp4 e o escambau e conversar no zap em seus smartphones de última geração. Ninguém prestava atenção no que estava acontecendo na vida real. Infelizmente a figura daquela criança drogada parecia ser algo normal na rotina dessa cidade estressante.

Durante uns 15 minutos eu imaginei muita coisa. Pensei que ali poderia estar o meu filho de 9 anos e o quanto eu gostaria que alguém o trouxesse de volta para casa. Pensei em tudo que aquele menino estaria passando nas ruas e como eu poderia ajudá-lo.
Confesso que também pensei que ele era apenas mais um lixo da sociedade e que não faria diferença eu tentar mudar seu destino, pois como diz o velho e confortável ditado: uma andorinha só não faz verão. Por fim, pensei que meus problemas já eram o bastante para querer me meter à besta e ajudar os outros.

Então ele subiu no banco para dar altura, puxou a cordinha da campainha e desceu cambaleando pela rua.

De uma forma ou de outra, aquele menino franzino de camisa listrada no momento que partiu, partiu também o meu coração. Ele me deu uma surra e provocou em mim um arrependimento profundo. Aquele moleque me fez refletir sobre tudo o que a gente quer achar e perder nessa vida. E hoje, o que eu mais queria era encontra-lo novamente em um canto qualquer dessa cidade que tanto maltrata os seus filhos. Queria fazer algo por ele. E o que eu queria perder? Esse medo das idiossincrasias da vida, do diferente, do novo.

A última imagem que eu tenho dele é de um gesto de agradecimento que ele fez para mim com o polegar direito enquanto o ônibus arrancava. E eu, sem ação naquele momento, apenas pensei: Isso não foi nada garoto, nada mesmo!

ESTA NOITE VIAJAMOS...

Sentir você ao meu lado com aquele rostinho sonolento foi um sonho maravilhoso. Não me importa o flagra que te dei, você falando ao celular com aquele rapaz que no shopping não foi te encontrar. Os calafrios daquela sensação de paixão é algo que não dá pra esquecer. Um arrepio cadenciado pelo frio de uma madrugada especial.
Pela janela a lua nos vigiava e pelas frestas dos pingos, que escorriam pelo vidro embaçado, ela teimava em se perder e ressurgir - como se um novo amor quisesse anunciar.
E assim a noite passou: eu ali pensando, pensando e você dormindo como um anjo.
E pela manhã uma cidade inteira nos recebeu. As luzes logo iluminaram a penugem do seu ombro que num movimento quase que imaginário fez pra mim algo como “não estou nem ai”.
Sabe a sandália preta com tiras douradas? Confesso: foi eu que escondi. Desculpe, mas eu só queria ver se você me olhava, sorria. Ato falho. Você apenas acordou, ressonou e saiu sem se despedir.
Então você foi indo, indo, sem perceber que eu te via. Seu cabelo loiro, lindo, mesmo amassado pelo nosso leito, um vestido salpicado de lilás e vermelho, uma bolsa verde com listras brancas, foi tudo que me restou como lembrança.
O duro é pensar que apesar da noite que passamos juntos, da sua respiração junto a minha, do seu cabelo que de tempos em tempos esvoaçava sobre meu rosto atento – Nós nunca nos conheceremos de verdade.

Esta noite viajamos. De Belo Horizonte a Salvador, poltronas 29 e 30.


(texto montado em cima de narrativa feita pelo colega Elton Meireles )

SER BH



SER BH é soltar papagaio na Praça do Papa, andar de pedalinho no Parque Municipal e tentar, pelo menos uma vez na vida, dar a volta na Lagoa da Pampulha de bicicleta.
SER BH é comer pipoca no mirante do Mangabeiras, testar a força da gravidade na rua do Amendoim e ir todo ano na Praça da Liberdade pra ver a iluminação de Natal.
SER BH é descobrir que Seis Pistas não tem seis pistas, que Guaicurus é mais do que uma tribo, que a Feira Hippie não é cheia de hippies e que Serraria Sousa Pinto não faz móveis coisa nenhuma.
SER BH é passar as férias em Guarapari, o carnaval na rua da Bahia e pelo menos, um sábado por ano, ir no Mercado Central pra comer fígado com jiló.
SER BH é gostar de pão de queijo, de cafezinho, de boa prosa, de tomar banho de mangueira no quintal e almoçar na casa da vovó aos domingos.
SER BH é começar a ler um texto meio desconfiado, se identificar 80% dele, “rachar o bico”, dizer que o autor “teve as manhas”, sentir um “trem de doido” no coração e esperar que o texto termine com o som mais ouvido por esta cidade de tantos belos horizontes... UAI SÔ!


Se você não é BH, clique abaixo.

PREPARE SEU CORAÇÃO PORQUE EU JÁ ESTOU A CAMINHO!


Confesso que chegarei novamente com aquela previsível pontualidade, mas também trarei algumas surpresas, claro.

Ao te ver pela primeira vez eu gostaria de ganhar sorrisos e abraços não protocolados e um pouco daquele champanhe que eu gosto tanto. Acho que fiquei mal acostumado.

Já nos meus primeiros dias eu te ajudarei a programar aquele regime, fazer um check-up da sua saúde e concluir aquele seu antigo projeto. Por minha causa você vai querer ter um filho, aprender inglês e quem sabe realizar uma lista de desejos que só você sabe que tem. Você também vai pensar em trocar de carro, talvez de emprego, quem sabe de namorado, de marido e, se tudo isso acontecer, inevitavelmente vai trocar também de vida.

Dos presentinhos que levo na mala infelizmente também tem coisas desagradáveis. Desculpe, mas a culpa é sua! Quem mandou não cuidar direito do mundo a sua volta? Mas eu te garanto que também trarei maravilhas enquanto eu estiver por aqui. Eu te prometo tardes românticas com o seu grande amor, um vento carinhoso no seu rosto e um pôr do sol motivador quase todos os dias da sua breve vida comigo – ai perceberás que a natureza ainda te dá muito mais do que você merece. Pense nisso também!

Eu estarei na tela do seu celular, em cima da sua mesa, no cantinho do seu computador e atrás da porta no calendário de mercearia, sempre te alertando que o tempo está passando. Você terá uma nova chance de fazer o bem, de perdoar seu inimigo, de se livrar da inveja, do consumismo e, pode acreditar, crescer ainda mais como ser humano.

Mas eu vou logo te avisando: apesar do conhecido jargão eu não vou lhe trazer muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender. Mas lhe darei 365 dias pra você conquistar todos os seus sonhos e de quebra, os sonhos das pessoas que te amam. E se isso acontecer, você vai inventar muitos outros para a próxima vez que eu voltar.

Portanto, no dia 31 de dezembro me espere! Olhe para o céu com o coração aberto, esperanças renovadas, um sorriso no rosto e um leve brilho no olhar. E eu prometo que não irei me atrasar! Feliz “eu” novo pra você!





37 DE ABRIL

Queria hoje me encontrar de algum jeito, ser lembrado por muitos, ser forte, alto ou ter orgulho no peito.

Queria hoje falar sobre você, contar como te enxergo, do que espero. Sem pudor ou medo te confessar mais esse meu segredo.

Queria hoje poder dar nomes aos bois, falar verdades a dois, mentiras a três e nascer mais uma vez.

Queria hoje ser bem mais puro, ter dentes de leite, boas intenções na mente e medo de escuro. Confiar em você feito uma criança em cima do muro.

Queria hoje lutar um pouco menos, contar estrelas no céu, dormir um pouco mais, velejar em barcos de papel.

Queria hoje te fazer sorrir um pouco, cantar contigo, gritar, beber gelado e ficar rouco. Ser seu melhor amigo.

Queria hoje não ter tantos defeitos, mas a consciência de ter feito o melhor pra te agradar. Com “bons dias” não protocolados, um olhar lacrimejado e um sorriso de encantar.

Queria hoje chorar sem scripts, sem motivos aparentes, sem crise, nem chilique. Queria me emocionar de qualquer jeito.

Eu queria apenas acreditar que esse meu hoje existe, 37 de abril - e que seja esse o dia feliz da minha vida, ou porque não, o mais triste.

Queria hoje ser um mentiroso nato e acreditar no fato de que minhas mentiras, mesmo que tardem, são as minhas maiores verdades.
Autor: Lange Pinheiro

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POR QUÊ?

Quando você quiser pode ficar aqui, do meu lado.
Pode tocar em mim, me fazer papai e talvez herói.
Quando o céu se abrir a gente vai se ver, sem medo e sem rancor.
A gente vai correr, brincar de cavalinho e terminar sorrindo.
Mas se você cair eu vou estar ai pra te erguer sem dor.
E se alguém tentar tirar você de mim vai ter que se entender com Deus.
Quando o meu amor tiver quase no fim, ninguém me encontrou.
Abra seu sorriso, continue meu filho, que tudo vai ser bom.
Mesmo num deserto um rio surgirá e uma só verdade vai prevalecer.
Você vai ver que o sol às vezes é assim, queima nossa pele, mas nunca chega ao fim.
E quando me beijar e a lágrima escorrer, você vai comprovar que o seu mundo é pra valer.
Quero te deixar coisas pra fazer, guarde os brinquedos e o meu amor por ti.
Pense no futuro, no quanto é feliz, mas nunca deixe de me perguntar... Por quê?

Autor: Lange Pinheiro

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ME ESPERE

Não cresça, fique onde está
Não deixe o tempo passar
Papai já vai te buscar
Me espere...

Não fale feito gente grande
Não se descubra com tanto charme
Ainda que meus conselhos tardem
Me espere...

Não mude pra eu não mudar
Não sonhe, pra não me contar
Insista em não desistir
Me espere...

Não ligue se o coleguinha zombar
Não brigue com os irmãozinhos do lar
Que logo te darei um colinho
Me espere...

Não jogue a bola pro ar
Não se molhe quando a chuva cair
Que juntos nós vamos brincar
Me espere...

Não chore quando eu não chegar
E nem me olhe com esse brilho no olhar
Mas ore... Pra Deus ajudar.

Autor: Lange Pinheiro

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LISTRAS

Desculpe! Por não ter entendido nada quando você só queria vestir camisas listradas, de várias cores, tons, novas ou rasgadas. Eu não vi que seus sonhos se realizavam assim, de verde, marrom, vermelho, amarelo. Não entrei no castelo que você, tão pequenino, construiu só pra mim. Não viajei no barco que você fez com aquele colchão velho. Não vivi o seu sonho de consertar o mundo com alicate, pregos e martelo. Não te busquei na escola, não vi sua primeira vez jogando bola. Trabalhei, trabalhei... Errei.
E hoje vejo que não me tornei rei, mas que o meu pequeno príncipe buscou a minha presença nas várias cores de suas camisas preferidas. Aprendi que na vida somos muitos em um só, assim como suas camisas listradas. Não vou mais torcer pra você ser um homem bem sucedido, vestir terno, gravata e camisa de linho. Quero apenas que se lembre de mim e que faça do nosso amor algo assim, eterno.
E que me deixe agora te pedir baixinho, bem no seu ouvido: perdoe-me meu filho querido!

Autor: Lange Pinheiro

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UM DIA VOCÊ VAI MUDAR...

Vai fazer outros tipos de gracinhas, bem diferentes das de hoje, mas eu vou rir do mesmo jeito.

Você vai cantar parabéns longe de mim, com amigos que eu não conheço, mas eu vou cantarolar contigo onde quer que você esteja.

Vai pedir uma grana para sair, pegar a chave do carro e me deixar acordado a noite toda, mas quando você chegar eu vou fingir que dormi feito uma pedra.

Você ainda vai perceber que não sou tão perfeito assim. Que eu erro quase sempre, geralmente quando tento te proteger. Mas eu vou tentar despistar mais esse grande erro meu.

Vai me ver entrar numa cabine, tirar a capa de super sei lá o que e chorar baixinho. Mas eu ainda terei força para dizer que isso é apenas uma gripe.

Você vai ser adolescente, cantar de galo, ser ingênuo se achando o esperto, mas eu vou tentar baixar sua crista com toda a paciência do mundo. Eu juro!

Vai fazer marketing pessoal para a galera te notar, mas com o tempo você vai perceber que é mais fácil ser você mesmo. Mas fique tranquilo, pois eu vou te ajudar nisso também.

Você ainda vai apanhar na rua, cair de bicicleta e perceber que nada doí tanto quanto o não da garota mais linda da escola. Mas pode contar comigo mais uma vez.

Vai sair do meu colo, descer dos meus ombros e descobrir que eu não sou tão alto e forte assim. Aos poucos você vai deixar de ser meu fã para ter um cantorzinho qualquer como seu ídolo de momento... Ah! Mas ai eu vou dar o grito!

Um dia você var sorrir diferente, piscar os olhos com um pouco mais de malícia, ser autossuficiente, dono do seu nariz e fazer a melhor escolha da sua vida e a pior da minha: Vai ter sua liberdade!

Mas ainda assim filho, para mim, você será sempre o meu bebê.
 

O MAR...

Da areia eu avistei a imagem incrivelmente bela.
Peguei minha máquina e com a ânsia de um amador
dei três cliques seguidos. Confesso que eu ainda
não tinha registrado uma imensidão tão encantadora.
O céu ao fundo, nuvens anunciando mais um fim
de tarde chuvoso, o sol emoldurando as costas do...(Ops! Cavalo?)


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SAUDADES DE UM RIO DE SONHOS

Rio de Janeiro, 1978. Pelos campinhos da baixada lá ia o menino travesso, moleque suado com a camisa rasgada e o short do lado avesso. A bola comprada com as vendas de sacolé estava sempre debaixo do braço, só pra ver se os meninos da pelada o deixavam jogar e quem sabe marcar um golaço. Contava seus gols pelos campos de terra batida. 22 até então contra 215 do Digão. Era goleada. Mas ele não ligava. Sabia que o pior estava em casa, a reclamação de um pai radical que achava que futebol era pra marginal.

Pai mineiro, que foi para o Rio de Janeiro na tentativa de enricar. É, só enricou seis filhos cariocas e bateu com a cara na porta de tudo quanto é lugar. Pai que amava seus filhos como tanta força que, por medo, lhes privava da liberdade. Que achava que diversão e esporte eram riscos e futilidades. Mas sua mãe, por sorte, assim não pensava. Esperava o marido sair, colocava um ki-suco na bolsa e os seis filhos num ônibus rumo à qualquer praia.

Já o menino sonhador, que não era culpado de nada, sentiu tudo na pele. A privação da rua, das amizades e principalmente da tal pelada. Em casa ele sempre escondia a bola. Mas toda vez que nas mãos a pegava, como num conto de estória, a sua vida se encantava. Ah! Bola amada! Mundo imaginário! Retirando o pobre cenário onde até a comida lhe faltava, a vontade pela boca saltava e mesmo num pequenino corpo o menino num grito louco dizia que queria ser um rei. O rei do futebol. Sonhos que se tornavam reais à medida que o tempo passava. Pouco talento, diga-se de passagem. Mas a ânsia da sua vontade o fazia vibrar de felicidade a cada golzinho marcado. Gol de peito, de barriga ou sentado, não importava a qualidade, apenas o número de sonhos que eles proporcionavam. Mas este não era o seu destino...

E foi num primeiro sinal que algo muito anormal veio a acontecer. Um amiguinho de jogo morreu no meio de um fogo num lote abandonado e ninguém soube o porquê.

Uma semana depois outro colega caiu num bueiro aberto e como se fosse inseto, simplesmente desapareceu.

Outro aviso do destino aconteceu num jogo emocionante, valia um troféu usado e dois litros de refrigerante. Ele, que era esforçado, correu mais do que os outros e de tanto que ficou cansado caiu no meio do campo. Debaixo de um sol escaldante, ficou ali parado, com os olhos semi-fechados e um sorriso meio maroto. Nada grave ele teve, a não ser uma estranha visão: uma enorme bola falante que dizia para aquele menino que futebol não era seu destino. Seria até motivo de graça se ele não tivesse ficado um mês inteiro em casa, triste e calado, sem falar uma palavra. Ele, que queria conquistar o mundo, viu tudo desabar. A pelada por um tempo cessou e ele apenas estudou sem de nada reclamar.

Mas seu sonho era maior do que tudo e assim como veio ao mundo num belo dia ele renasceu pra jogar. Novamente driblou, sorriu e se encantou. E com a bola nos pés voltou a marcar. Como o mundo não é perfeito, ali estava seu defeito. Acreditar apenas na sua vontade e não no que a vida lhe apontava como a mais pura verdade. Sonho novamente encerrado aos 13 anos de idade, quando o pai voltou pra Minas Gerais e o futebol ele não jogou mais.

Hoje aquele menino está aqui. Um carioca que não joga bola, não tem uma nega chamada Tereza, mas torce pro Flamengo, com certeza. Agora só me restam os sonhos de que eu poderia estar ai, brilhando. Ser um Ronaldinho Gaúcho, um Kaká ou um Fenômeno.
Mas sou apenas mais um na multidão. Troco os pés pelas mãos, escrevo letras que queriam ser bolas. Desilusões, lembranças, estórias e histórias. Dos contos de um Rio encantado que nunca saiu de mim. Contos que agora conto, com início, meio e fim.















Autor: Lange Pinheiro

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