INTROSPECTIVA 2015 – O que deixo e o que levo

Eu deixo os inimigos de instante que eu idiotamente acabei fazendo, seja por intolerância social, preconceito ou burrice mesmo - Levo os novos amigos que conquistei e os velhos que reencontrei sem mérito mas de propósito. 

Eu deixo o orgulho impermeável de ser isso ou aquilo que a experiência de vida me deu como ônus agregado - Levo uma nova capacidade de aprender, aceitar e mudar de ideia, mesmo que possa me arrepender. E dai?

Eu deixo o meu desânimo político na qual eu nunca antes na história desse país havia vivido - Levo a esperança de um futuro melhor orquestrado por coxinhas, caras pintadas ou pelos próprios gravatas que se engalfinham em Brasília.

Eu deixo a minha cara de assustado com a confissão de “namoro” do meu filho de 12 anos - Levo a tranquilidade de que o tal namoro não era tão namoro assim e que ainda tenho mais algum tempo para cuidar dele como criança.

Eu deixo a minha total incompetência em aprender inglês ou tocar qualquer instrumento musical (alias, nem assoviar eu sei direito) - Levo a esperança de ter passado num teste complicado na qual por pura preguiça eu só estudei um dia.

Eu deixo a minha incapacidade de realizar os sonhos de uma mulher maravilhosa que teima em ficar ao meu lado - Levo a minha paixão por ela que se renova ano após ano e que nem eu mesmo sei explicar direito.

Eu deixo as minhas reclamações quanto ao notebook de bateria viciada que vira e meche desliga acidentalmente - Levo a alegria com os prêmios que ganhei através dos textos que nele escrevi durante as longas madrugadas com a garrafa de café ao lado.

Eu deixo a tristeza profunda que senti ao saber que minha sobrinha estava na UTI de um hospital - Levo a convicção de que tudo tem um propósito na vida e que a sua total recuperação também pode ser a da nossa família.

Eu deixo a decepção que tive ao perceber que escrever é mercado e não arte e que eu não conseguiria mesmo sobreviver exclusivamente da escriba - Levo toda a minha empolgação ao reingressar na órbita de uma profissão que eu mesmo jurava que não atuaria mais.

Eu deixo em 2015 o luxo do TER e levo para 2016 o prazer do SER... Principalmente, o prazer de ser feliz!


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