Sentir você ao meu lado com aquele rostinho sonolento foi um sonho maravilhoso. Não me importa o flagra que te dei, você falando ao celular com aquele rapaz que no shopping não foi te encontrar. Os calafrios daquela sensação de paixão é algo que não dá pra esquecer. Um arrepio cadenciado pelo frio de uma madrugada especial.
Pela janela a lua nos vigiava e pelas frestas dos pingos, que escorriam pelo vidro embaçado, ela teimava em se perder e ressurgir - como se um novo amor quisesse anunciar.
E assim a noite passou: eu ali pensando, pensando e você dormindo como um anjo.
E pela manhã uma cidade inteira nos recebeu. As luzes logo iluminaram a penugem do seu ombro que num movimento quase que imaginário fez pra mim algo como “não estou nem ai”.
Sabe a sandália preta com tiras douradas? Confesso: foi eu que escondi. Desculpe, mas eu só queria ver se você me olhava, sorria. Ato falho. Você apenas acordou, ressonou e saiu sem se despedir.
Então você foi indo, indo, sem perceber que eu te via. Seu cabelo loiro, lindo, mesmo amassado pelo nosso leito, um vestido salpicado de lilás e vermelho, uma bolsa verde com listras brancas, foi tudo que me restou como lembrança.
O duro é pensar que apesar da noite que passamos juntos, da sua respiração junto a minha, do seu cabelo que de tempos em tempos esvoaçava sobre meu rosto atento – Nós nunca nos conheceremos de verdade.
Esta noite viajamos. De Belo Horizonte a Salvador, poltronas 29 e 30.
(texto montado em cima de narrativa feita pelo colega Elton Meireles )
Nossa que texto hein? rsrs
ResponderExcluirMuito bom autor. Parabéns!!! Jesus abençoe este teu talento.
Lembranças...
ResponderExcluirLembranças...
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